CONDUZINDO MADEMOISELLE* ADRIANA


Que beleza de pensamento!  Lendo uma matéria sobre a biografia de Sir* Keith Richards, deparo-me logo de cara com : "É uma pena que em nosso país o rock tenha sido sempre tratado com um ignorante desdém, uma visão preconceituosa e simplificadora de um dos mais poderosos acessórios de expressão moderna"
por Lobão, Revista Riders Man 12/2010, pp. 40.

Exatamente.  Há algum tempo venho desenvolvendo uma pesquisa bem aprofundada em como o rock'n'roll estabeleceu uma revolução comportamental na sociedade contemporânea ou, como queiram, como tornou-se expressão desta mudança de comportamento.  Antes de tornar-me mais motivo de chacota, explico:
Sou entusiasta deste gênero musical, mas além disto há quatro anos vivenciei uma experiência marcante, que despertou-me para a arteterapia.  Fazia um trabalho com mulheres de baixa renda.  De início bastante complicado.  Dificílimo uma "branquinha" com cara da Branca de Neve (era esse meu apelido) ganhar a confiança de mulheres com realidades opostas; havia um abismo.  Porém foi possível construir uma ponte.  Num dia qualquer, ouvíamos uma música no rádio enquanto realizávamos as tarefas.  Percebi a batida dos pés, o balanço das pernas de uma delas, tentando acompanhar o ritmo.  Instintivamente levantei-me, também comecei chacoalhar e a convidei para acompanhar-me.  Não houve troca de palavras, apenas nos olhamos e dançamos.  Uma dança quase primitiva.  Por alguns segundos nossas diferenças foram zeradas, nossas aflições e angústias niveladas; uma linguagem foi estabelecida.  Dançamos ao som de Mixed Emotions, Rolling Stones.
Que doidera!  Como foi possível criar um vínculo dessa forma?  Fiquei por dois anos pesquisando este acontecimento e o que  mais  se aproximou foi a arteterapia.  E de lá pra cá venho estudando muito, muito mesmo.  E esse será o tema de meu mestrado: Rock'n'roll como expressão de mudança comportamental na sociedade contemporânea.

Depois desta experiência, tomei gosto, peguei o jeito e consegui mais uma dezena de experiências como esta.  Uma fabulosa também foi com King of Dreams, Deep Purple.


Mas essa só relatarei em meu mestrado.

Tarefa árdua, mesmo, será encontrar um orientador (a) com coragem e folêgo o bastante para conduzir-me nesta viagem.

Mademoiselle (algo parecido com moça de família, em francês).  Sim, apesar de toda "fúria". 

Sir ("Senhor", em inglês) é o título nobiliárquico britânico superior a baronete, inferior a barão, e significa aquele que tem domínio sobre algo ou alguém.  Sim, Keith domina muito beirando seus 70 anos.

Comentários

Elizabeth disse…
Adriana, seu blog me encanta, desperta, contagia sim!!!
Parabéns pelos tópicos, sempre interessantes.
Amanhã eu volto.
Bj
Beth Cortella
Adriana Felippe disse…
Prof.a Beth Cortella,
Vc. despertou-me há 14 anos, em suas oficinas, lembra-se?
Estarei sempre à sua espera, com um bloquinho nas mãos...
Bjs, linda semana!
O Mais Queridos dos queridos disse…
Espero que esteja tudo bem!
E que você sempre conduza o carrousel de "cavalos brancos" às pessoas que precisam dar uma voltinha!


um grande abraço do seu queridinho aluno.
Adriana Felippe disse…
Meu Queridinho!

Quanta ternura! Como não ficar bem, cercada de tanta afeição! Que saudade... Muito lindo, sim o carousel sempre estará girando onde houver necessidade do "Cavalinho Branco".

Vc. é muitíssimo especial, fiquei feliz!

Bjão!

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