UM POUCO DE AR PURO, POR GENTILEZA.

...Mas onde "respirar" em Sampa? 
Por aqui, siga-me, por favor...


Sem temer o  inesperado.


Os vários caminhos inspiram à reflexão: por mais caótica que seja a trajetória, sempre há uma possibilidade de acertar na próxima curva...


Ou se preciso for, voltar ao ponto de partida.


Verdade, existe ar puro em São Paulo.  Em minha busca pelo Santo Graal, A Arca da Aliança, O Cavalinho Branco, O Pássaro Azul e por aí vai, acabo encontrando um pouco disto tudo.


PARQUE BURLE MARX



Na década de 40, a Chácara Tangará era propriedade do empresário Baby Pignatari que resolveu construir uma casa para morar com sua futura esposa, a princesa austríaca Ira Von Furstemberg. Na época da construção ele contratou o arquiteto Roberto Burle Marx, que já era um talentoso e reconhecido paisagista, para idealizar e realizar os jardins de sua residência projetada então por Oscar Niemayer.



No entanto, o casal se separou e a casa permaneceu inacabada durante muitos anos.(http://www.parqueburlemarx.com.br/Historico.aspx)

O que deveria ser o  "quintal" de uma residência,  tornou-se um espaço público.  E essa é a principal dica aos visitantes de 1a. viagem: não esperem por um parque gigantesco, mas um local com seu charme e suas peculiaridades.  Vista roupas confortáveis, tênis, garrafinha de água (há bebedouros) e algumas frutas para quem for desbravar as trilhas; não há lanchonetes e ponto de vendas de alimentos, apenas água de coco na entrada.











Essa parte foi muito instigante.  O que há atrás da cerca de bambus?  Ninguém sabe...                             Esse momento transportou-me para uma aula de cultura japonesa, que fiz no ano passado, com a  Profa. Michiko Okano* onde ela descreveu a fascinante experiência de visitar o Santuário da divindade Amaterassu Ookami, no Japão.  Em sua descrição:  "Você passa por um portal que se chama torii, por uma ponte e outro torii quando você ouve a correnteza da água. É um espaço intermediário de passagem para o território divino. Daí vem uma outra etapa da caminhada por pedregulhos quando você escuta o seu próprio passo. Depois, quase no final dessa fase, tem um lugar de ablução onde se lava as mãos e a boca para se purificar a fim de adentrar num território mais próximo ao divino. Quando se chega ao lugar almejado, tudo que se vê são cercas de madeira e nada mais. A peregrinação, portanto, se dá no processo de aproximação ao santuário propriamente dito, no seu trajeto, porque ele mesmo encontra-se oculto da nossa visão. A coisa mais importante é aquilo que não se vê... assim como tantas outras coisas na nossa vida..."
Essa descrição foi tão delicada e marcante que revivi este momento, da aula, diante da imagem acima. 
*Michiko Okano é arquiteta, doutora em Semiótica pela PUC-SP e professora do curso de difusão sobre cultura japonesa na FFLCH-USP.  Trabalha como assessora cultural na Fundação Japão.


Entrada do Santuário, situado na cidade de Ise, província de Mie 



Quanto ao parque, se não for possível ter uma epifania ou atingir um estado de iluminação, ao menos há ambiente para aguçar os sentidos. 
Muitas trilhas...

O céu precisa ser sempre azul?  Não, ele pode ser verde, depende da minha perspectiva.



Surpresas pelo caminho...








E o mais incrível é que esse poderia ser o cenário das minhas férias, na adolescência, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo.  Mas não, estamos falando de um parque "fincado" no meio de prédios no bairro do Morumbi, em São Paulo e  que provavelmente acabou virando "quintal" dos moradores locais.  Que sorte eles têm!



PARQUE BURLE MARX
Tel. : 11 3746-7631
Endereço: Av. Dona Helena Pereira de Moraes, 200
CEP: 05707-400 - Panamby.
Entrada gratuita
Estacionamento: R$8,00


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