Cabeça de Dignitário (2300-2000 a.C.)


Material: Cobre arsenical
Dimensões: Altura 34,3 cm
Procedência: Irã ou Mesopotâmia
Acervo do Metropolitan Museum of Art desde 1947


A esplêndida Cabeça de Dignitário constitui, entre as obras mais prestigiadas do antigo Oriente Próximo, um importante testemunho do elevado nível artístico que as regiões do Irã Ocidental haviam atingido.  Provavelmente de um mercado de antiguidades e tornada pública em 1931, a escultura foi considerada autêntica, embora a cronologia tenha sido, por muito tempo, alvo de discussão; hoje, a obra é quase unanimente declarada como pertencente aos últimos séculos do III milênio ou, no máximo, aos primeiros decênios do II.  A datação exata é fruto, além da análise estilística, da análise do metal, uma vez que, com a imposição do bronze, nos primeiros séculos do II milênio, a utilização do cobre arsenical foi abandonada.  A cabeça, inteiramente oca, era provida de um eixo colocado na base do pescoço, que fora provavelmente necessário para fixá-la ao resto do corpo.  O turbante, feito com bandas trançadas cobrindo o cabelo, devia ser peculiar no ambiente iraniano, assim como a ampla configuração do rosto, como as maçãs do rosto altas e arredondadas e o nariz largo e achatado.  Graças à execução particularmente suave dos diversos planos que o compõem, o rosto assume um extraordinário tom de calma majestade, que se distingue da real severidade típica das esculturas acádias do mesmo gênero.

Para a datação da obra revelou-se decisiva uma série de elementos iconográficos, como o tratamento da barba segundo seções trabalhadas de modo diverso ou a execução das sombrancelhas por finos traços paralelos, sinal da influência da arte acádia e neossuméria.

IMPELLUSO, Lúcia. Metropolitan, Nova York, Coleção Folha grandes museus do mundo; v.6. Rio de Janeiro:p.110.


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