"São as coisas comuns que nos revelam as formas simples pelas quais podemos alcançar a condição humana mais elevada e significativa do ser, onde se encontra todo o esplendor da arte." Paul Klee
Por vários semestres do curso de licenciatura em Artes Visuais produzi obsessivamente Bambus. No grafite, guache, nanquim, colagens, tinta acrílica... Os Bambus sempre foram tema para meus estudos e trabalhos acadêmicos e sempre fui beber na fonte de Antonio Henrique Amaral porque simplesmente adoro a forma como ele apresenta seus Bambus. Na explosão vibrante de cores e movimento sinuoso; pra mim uma experiência estética sublime, quase um orgasmo.
Hoje visitei - ansiosamente - os Bambus de Antonio Henrique Amaral. Ali no tête-à-tête, diante das obras foi surpreendente a descoberta: diálogos entre as obras Paisagem com Bambus e novamente lá estavam os Bambus em Encontros e Desencontros.
Impossível não lembrar de De Chirico em sua pintura metafísica: "Todo objeto tem dois aspectos: o aspecto comum, que é o que vemos em geral e que os outros também veem, e o aspecto fantasmagórico e metafísico que só uns raros indivíduos veem nos seus momentos de clarividência e meditação metafísica. Uma obra de arte deve exprimir algo que não apareça na sua forma visível."
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Paisagem com Bambus (tríptico), 1995 óleo sobre tela 240 x 713 cm |
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Tela "Encontros e Desencontros" (foto), do artista Antonio Henrique Amaral, custa R$ 170 mil |
Após alguns anos foi absolutamente revelador entender - muito claramente - que minhas florestas de Bambus - produzidas compulsivamente - na verdade eram minha busca por espaços para encontros e desencontros. Na arte não há acaso, há a alma secreta das coisas.
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